quarta-feira, janeiro 17, 2007


Sinto a cidade fria, vazia sem a tua presença. Altero-me com pequenos nadas do dia-a-dia, simples, banais, pouco importantes. Culpo as nuvens cinzentas que cobrem o céu, a leve aragem fria que me toca a pele, os pássaros que ainda não regressaram do Sul. Culpo os obstáculos que se atravessam no caminho, o condutor oportunista que se aproveita da distracção para percorrer o caminho que era meu, o semáforo que se tingiu de vermelho sem me deixar seguir viagem. Culpo as pessoas, o mundo, o universo. E depois paro. Analiso. Reflicto. Simplifico. Comparo o que tenho, o que tinha. Olho para o céu e vejo que afinal o Sol brilha por detrás das nuvens. É lá que tu estás, é lá que está a plenitude que me serve de droga e da qual sinto a falta quando não estás por perto. Um delicioso vicio para o qual não me importo de sofrer com a privação.