domingo, janeiro 07, 2007

(Lua Cheia)

Chegou o momento de te dizer que não me lembro de alguém me conseguir perturbar tanto como tu. É um poder assinalável e, sobretudo, raro. Muitas coisas na vida o conseguem fazer. Até, por vezes, pequenos nadas. Insignificâncias, como uma particular tonalidade mais triste do céu, ou uma inoportuna visão de um animal repelente na televisão. Mas pessoas... ui, há quanto tempo. Hoje, chorei, não tenho vergonha de to dizer. De impotência. A impotência é das raras coisas que me afectam o sistema nervoso.
Não sei se no amor consegue caber uma noção utilitária como um "preciso de ti", como te disse há bocado. Mas se não couber, paciência, é verdade na mesma. Preciso de ti, além de te amar ou porque te amo.
Hoje, ao entrar no carro à mesma hora a que viajávamos há uns dias, sintonizei o meu programa de rádio preferido. Tu já sabes qual é. E foi impossível não me lembrar que há oito dias, precisamente o estava a ouvir contigo, no carro, a caminho de uma noite de sonho. Mas sobretudo a caminho de umas horas únicas, a céu aberto. Mesmo à noite o céu pode estar aberto.