segunda-feira, setembro 24, 2007

Noites estranhas

O vento batia-me na cara. Mas eu estava quente por dentro. Bati as mesmas ruas por onde te sonhei. Onde me refugiei na força de esperar por uma nesga de transgressão. Assim, à espera, galguei noites duras, frias, rijas. Hoje, quis ver a mesma praça, a mesma estátua, o mesmo castelo, as mesmas casas, as mesmas montras, as mesmas placas toponímicas, as mesmas sombras. E desta vez apenas esperando por mais um dia de liberdade. Estranharei esta cama de há tantos meses como se fosse a primeira vez. Depois da tua cama todas as camas me são estranhas. Adversas. Neste quarto chorei, no dia a seguir à abertura deste Segredo. Chorava sobre as dúvidas que imaginava em ti, pessimista que sou sobre mim. Hoje, alimento-me do teu sorriso, alegro-me só de te ver e exilo-me quando faço amor contigo num Paraíso de algures. O simples respirar nestas ruas contigo ao meu lado faz-me feliz.