domingo, setembro 30, 2007

Muitas primeiras vezes (2)

Viver um amor presente sem imagens de futuro é também uma primeira vez na minha vida. Treinei-me para isso ao teu lado, enquanto fugíamos da vida que tínhamos e nos refugiávamos nesses momentos impares em que o tempo nos controlava. Hoje tudo é diferente, o tempo deixou de ser controlador e temos momentos de entrega total em que nos esquecemos dele, em que vivemos plenamente o que nos foi dado, ou aquilo por que lutámos, mesmo sem saber.
Um encadeamento de actos, de decisões pensadas individualmente, mas que, provavelmente e inconscientemente, já nos guiavam para o que afinal desejávamos. Eu a ti, tu a mim.
O amor que nos envolve preenche-me. Nunca vivi um amor assim, nunca me entreguei assim, nunca antes disse SOU TUA. Porque se calhar nunca fui de ninguém. Fui aquilo que a vida quis que eu fosse. Colhi frutos dessa outra vida e também espinhos que hoje me fazem ser quem sou. Para além de TUA, finalmente sou MINHA.
Pela primeira vez vivo um amor sem imagens de futuro. Não te sei dizer se isso me angustia, se isso me faz pensar no propósito deste amor. Só sei que o vivo plenamente, como se o presente fosse tudo o que existe e acredito que é daí e da paixão que sinto que nasce a entrega como se o amanhã não existisse.