quinta-feira, agosto 30, 2007

(Espero-te)

Por vezes tenho uma necessidade compulsiva de escrever. Mesmo que seja para relatar insignificâncias, pormenores, nuances. É uma forma de estar contigo. Preciso muito de ti. E quando não te tenho à mão, esta é uma maneira de estar. Como agora. Saí. Fui andar nas ruas aqui à volta. Nestas ruas onde já andaste comigo. Está fresco. Sabe bem senti-lo na cara. Cheira a fim de Verão. Vê-se gente a chegar com malas para desfazer, lojas a reabrir e a dar os últimos retoques em arranjos para reabrir de cara lavada, as próprias horas a mudar. Nestas horas lembro-me de quando, depois de vermos o pôr-do-Sol, regressávamos a casa pela Serra, em comunhão de palavras, em cumplicidade de risos, de cafés na aldeia recôndita onde o mesmo homem estava sempre a beber cervejas e a dizer disparates. Coisas simples que me ocorrem e que desta vez tenho com quem e por quem dizer. E isso de sentir as horas a mudar é bom. Porque é sinal que está mais próxima a hora de estar contigo de novo.