quarta-feira, abril 11, 2007


Sentei-me decidida a escrever, olhei para o ecrã que à minha frente aguardava, expectante. A folha em branco. Como exprimir por palavras o que me vai na mente, no corpo, nos sentimentos que se sentem, assim, à flor da pele. Desejei ser poeta, ardente, daqueles que numa estrofe definem o amor, afixam-no em palavras, em jogos de entoações.
Não sou poeta, não sou escritora, não tenho esse dom de cravar numa folha, com vocábulos, o que as células misturam e sentem.
Decidi pegar num livro. Num daqueles que se lêem de quando em vez quando a alma precisa de sustento. Não que a minha precise, mas porque pensei que talvez as palavras que queria proferir já tivessem antes sido escritas por outro indivíduo, laureado e reconhecido pelos dotes que tem, que teve, que amavelmente ofereceu.
Depois de folhear alguns livros ao acaso, romances de amores possíveis e impossíveis, prosas, poesias, cheguei à conclusão que aquelas não eram as minhas palavras. Os amores ali descritos não se enquadravam no espaço, no tempo, nos personagens, nos sentimentos.
Esta história tem que ser contada de uma outra forma. Um novo estilo de escrita, um novo estilo literário, uma nova experiência minha, tua, nossa, cantada pelo vento, escrita pelas mãos dos dias que por nós têm passado, testemunhos de um amor maior. Um final feliz? Não! Sem final, apenas continuada no espírito do amor.