segunda-feira, fevereiro 19, 2007


Há dias assim, em que o Sol se esconde e parece não querer brilhar. Sobressaltos de sentimentos contrários aos que se sentem quando ele brilha, hoje, invadiram-me o espaço.
O tempo, esse vai correndo lentamente, como um rio calmo, silencioso que dá a entender que lhe conseguimos travar o caminho. Quando, afinal, sabemos de antemão que correrá sempre calmo e tranquilo ou feroz e selvagem, mas correrá sempre, até à sua foz onde se funde com o mar e se perde na imensidão.
Quanto ao espaço, esse vai alternando com as marés do mar onde o rio se funde. Quando a maré enche perde área, quando baixa ganha-a. E quando as marés são vivas, então a extensão de praia, onde nos estendemos ao sol, onde o vemos brilhar, pode mesmo desaparecer e dar lugar apenas à imensidão do mar onde os rios se perdem.
No entanto, existem seres afortunados, como eu me considero ser, que mesmo que as marés subam e que cubram as praias, haverá sempre um recôndito lugar onde se podem estender, fechar os olhos e mesmo assim ver o sol brilhar. O rio bem pode correr e tentar encher o mar, fazê-lo transbordar e inundar todas as extensões de praia. Aquela que me pertence estará sempre lá para me acolher, me aquecer o corpo, a alma.
Amo-te.