domingo, novembro 22, 2009

Não sei se ainda vale a pena escrever. Escrever para quê? Para afugentar demónios?
Não! Eles ganharam, ganharam!!!!
E eu sinto-me uma inútil e sinto-me mais sozinha do que alguma vez senti.
Rodeada de pessoas, de amigos, de familia, mas só, muito muito muito muito só.
Quando voltei a casa abracei-me aquilo que resta de ti. Tentei cheirar-te na tua roupa, no teu perfume. É doloroso, muito muito doloroso.
As lágrimas continuam a cair-me pela cara, não consigo pará-las. Não consigo.
Que probabilidades temos de encontrar a nossa alma gémea durante a vida? Poucas, acredito.
Eu encontrei-te a ti, mas Deus não quis que a vida nos sorrisse durante muito tempo. Não quis!!
E porquê? Porquê??
Hoje tenho muitas perguntas para fazer, muitas. Não consigo aceitar, não consigo perceber, não consigo entender o porquê de tu, meu amor, teres morrido, assim, com tanto sofrimento, com uma vida toda pela frente, com tanto amor que tenho ainda para te dar.
Este blogue já não faz sentido. Faz-me sofrer, muito, muito. Tenho de decidir, meu amor, se hei-de ou não acabar com ele. Se o hei-de apagar, simplesmente, ou se hei-de guardar um bocadinho de ti, aqui.
Não sei, não sei.
Queria que me respondesses. Nunca falámos sobre a morte. Evitámos a conversa, tal como a evitávamos a ela. Mas ela apareceu e eu sei que tu a viste antes de ela se apoderar de ti. Eu sei! Tu sentiste-a, vislumbraste-a. Eu compreendi. Perdi o amor da minha vida. Perdi-te. E amo-te tanto, tanto. Dói tanto, tanto.
Apagou-se a luz. Apagou-se tudo. Silêncio apenas.