terça-feira, junho 24, 2008


Esta foi a noite da discoteca. Eu não punha os pés em discotecas há anos. Mas pareceu-me a melhor maneira de estar ao pé de ti. Deu trabalho ficarmos sózinhos, até o último intruso partir. Ficámos. Dançámos ao som da medíocre música que um disc-jokey de hotel punha sem nexo, gosto nem critério. Também não era a música que me fazia estar ali. Fatalmente, decidimos ir embora. No dia seguinte era preciso levantar cedo. Despedimo-nos num átrio que dava para o corredor que ficava para o teu quarto. Tive receio de ousar e fui para o meu quarto. Desliguei o telemóvel e deitei-me de janela aberta para o oceano. Pensava que talvez te apetecesse, mas que não arriscarias. Pensei em enviar-te um sms, já tinha o meu telemóvel desligado, mas também não arrisquei. Porque a verdade é que nem tu nem eu podíamos ter aquele instinto. Eu não sabia que já havia uma mensagem pendente. Ainda hoje dizes que ainda bem que eu não sabia. Que se naquela noite tivéssemos cedido ao instinto talvez hoje não fossemos a história de amor que fomos e somos. Ninguém sabe. Afinal só adiámos o instinto. Mas o tempo é o verdadeiro sábio que nos faz o futuro. E o tempo fez. Com o irresistível amor que magneticamente nos puxava um para o outro, o tempo foi a nossa energia positiva.