segunda-feira, março 10, 2008

A personalização tem os limites da lei. Cheguei ao quarto da acolhedora residencial que descobri por tua indicação e onde desde então me refugio. Tive de ir fumar à janela. Os cinzeiros desapareceram do quarto. Cheguei reconfortado do frio suave que me batia na cara. Não resisti a ir na demanda de uma das minhas emoções preferidas nas noites desta terra especial. Depois de jantar pus-me a caminho e calcorreei as ruas literalmente desertas, frias, molhadas da incessante chuva que caiu todo o dia. Cheguei à Praça (o que me puxará sempre para a Praça?) e vi-me sózinho no meio da monumentalidade silenciosa, absolutamente silenciosa que me enlevava, cheia de símbolos, de passado, de força. Os mesmos passeios, as mesmas ruas, as mesmas luzes que nunca vejo iguais porque nunca iguais são as emoções de vê-las. Só um ponto domina todas essas emoções: tu. Se vou triste, tu vens. Se vou feliz, tu vens. Se vou ..., tu vens. És a tela onde me pinto os dias. És o palco onde decorrem as cenas do meu dia e da minha noite.