(Vale do silêncio)
Não há dois silêncios iguais. Isto só se aprende quando se ama. Quando não se ama todos os silêncios são iguais. Este silêncio em que estou mergulhado é um silêncio triste, só. Já foi o silêncio da minha libertação em muitas noites de frustração, de viver no deixa a andar, sem objectivo que não fosse ver-te uns minutos numa explosão de liberdade condicionada. Hoje, o mesmíssimo silêncio é uma espécie de flor murcha, de música desafinada e com as notas fora do sítio. A fita riscada de um filme de cinema de reprise. O silêncio bom que me liberta é o teu quando olhas para mim, quando falas comigo, quando respiras para cima de mim.
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